pbaptista Escreveu: ↑19 jun 2021, 10:52
Pois, não sei o consumo de electricidade derivado da refinação, nem o impacto que este terá no consumo global, até porque no processo de refinação também se obtém outros produtos, que necessitam de temperaturas superiores para serem refinados, tens alguma ideia?
Não tenho ideia dos valores concretos para Portugal. O ponto que eu queria demonstrar é os tais 14% são o limite superior, na realidade será abaixo disso.
Para refinar 1 litro de gasolina gasta-se entre 1 a 2 kWh. (vou considerar 1kWh)
Com 1 litro de gasolina podemos fazer 20km. (consumo 5l/100)
Com 1 kWh podemos fazer 5km num VE (consumo 200Wh/km)
(estou claramente a beneficiar os ICE)
Para fazer 15000km por ano um ICE gasta-se 750 litros de gasolina que necessitaram de 750kWh para refinação.
Para fazer 15000km por ano num VE gasta-se 3000kWh.
Mudar de ICE para VE na realidade não implica um aumento de 3000kWh por ano mais sim 3000-750=2250kWh, ou seja 75% do que se estava à espera.
A questão da rede eléctrica não aguentar é uma não-questão, a rede de carregamento sim é uma questão verdadeira.
pbaptista Escreveu: ↑19 jun 2021, 10:52
Queres dar alguns exemplos de países com mais VE que nós que tenham milhares de carros a deslocarem-se por uma única auto estrada, fazendo umas centenas de Km, apenas num dia?
Claro que o facto de existirem muitos VE não é sinónimo que os usem nestas situações, como eu não usei.
É preciso conhecer a realidade de muitos países para responder com rigor a essa pergunta.
Mas posso dar um exemplo que é parecido com as nossas deslocações Norte-Sul pelas autoestradas:
Califórnia entre Los Angeles e São Francisco. São cerca de 800km com muito mais trânsito que as nossas autoestradas.
Em anos anteriores chegou a haver relatos de filas de 20 carros à espera para carregar nalguns superchargers no dia de acção de graças quando toda a gente viaja. Como se resolveu? A Tesla criou mais estações de carregamento, algumas com mais de 40 postos.
Por cá vai acontecer (e já acontece no supercharger de Alcácer) a mesma coisa. Nos dias em que toda a gente viaja vai haver lotação esgotada nalguns postos (tal como também acontece nas gasolineiras).
É fácil de perceber que o tempo de espera depende do número de postos, se só houver 1 posto pode-nos sair a fava. Com 10 postos é muito menos provável ficar à espera.
Os operadores têm duas formas de encarar esta questão.
Ou constroem logo a pensar no futuro o que implica um maior investimento inicial mas uma melhor garantia de qualidade de serviço e fidelização de clientes.
Ou constroem apenas o necessário e suficiente para terem alguma garantia de retorno financeiro em poucos anos e ficam com clientes descontentes.
Aparentemente isto não teria nada a ver com o modelo português, mas sou de opinião que um operador de postos, como existem fora de Portugal, livre das complicações CEME+OPC+Mobi.E, teria mais margem para si e poderia investir mais na expansão da rede.