Modelo da mobilidade elétrica ferroviária em Portugal

Discussão geral sobre a Mobilidade Elétrica e notícias
Responder
Avatar do Utilizador
Giugiaro
Mensagens: 28
Registado: 14 out 2021, 18:04
Data de fabrico: 01 jan 2015
Capacidade bateria: 22kWh, SOH 98%
Localização: Valongo

Modelo da mobilidade elétrica ferroviária em Portugal

Mensagem por Giugiaro » 20 jun 2022, 09:13

Uma notícia interessante que espelha a realidade do fornecimento de eletricidade para a tração elétrica na rede ferroviária portuguesa.

Há coisas que fazem lembrar as discussões em torno do modelo da mobilidade elétrica rodoviária em Portugal.

CP abranda caminho para 100% de energia renovável com subida de 370% da factura

Passo a citar um excerto:
Quando foi criada a Refer, em 1997, havia 19 subestações em funcionamento e era a CP que negociava directamente a compra de energia para tracção.
Essa prática mantém-se, 25 anos depois, sendo que, entretanto, a rede eléctrica foi-se expandindo e hoje há mais dez subestações para as quais é à IP que compete assegurar o fornecimento de energia eléctrica.

Parece confuso. E é, tanto mais que é a IP, enquanto gestora da infra-estrutura, que tem a propriedade de todas as subestações, sendo também a responsável pela sua manutenção.

Mais: nas 19 subestações que dependem da CP, esta fez um protocolo com a Medway para a compra conjunta de energia eléctrica para tracção. Depois as duas repartem entre si a factura em função do número de comboios de cada empresa que passam nos troços servidos por essas subestações.
Já nas subestações em que é a IP que detém os contratos de energia eléctrica, estas terão de pagar os respectivos consumos à gestora de infra-estrutura.

Com a Fertagus também não é simples, pois os comboios deste operador privado são abastecidos por subestações cujo contrato de abastecimento foi negociado pela CP e outras que dependem do fornecedor da IP, havendo depois uma facturação de acordo com o número de comboios que circulam nos respectivos troços.

(...)

A CP e a IP têm o mesmo fornecedor – a Endesa. No entanto, em 2021 era a Iberdrola que abastecia a CP. Presentemente, dada a instabilidade do mercado a CP está a fazer contratos de curta duração. Ambas se movem num mercado liberalizado que teve um momento marcante em 2010, quando a então Refer trocou a EDP pela Iberdrola e poupou 1,2 milhões de euros.

A própria Refer tentou, em 2003, constituir-se enquanto empresa de distribuição de energia eléctrica com vista ao mercado liberalizado das empresas ferroviárias, mas o projecto não avançou.
Imagem

Responder

Voltar para “Página principal de Discussão e Notícias”