Diario de bordo Leaf 30kWh - Nonnus

[BrunoAlves]

A capacidade útil em novo são cerca de 27kWh

Em relação ao LS te dar toda a informação, bom, cada um com a sua.
O LS diz-te o que o BMS vê. E é bem sabido quão errado o BMS pode andar, por isso o LS poderá não te dizer tudo...
No caso do João, o carro dele anda que se desunha, daí que o BMS dê informações fidedignas, independentemente de fazer ou não testes de tomada. Limites da bateria é o que aquele carro melhor conhece e, se forem ver o DB dele, não há lá subidas e descidas de 2 e 3% como cheguei a ver no meu.

[pemifer]

Os meus cálculos provaram a exatidão do Leaf Spy neste caso.

[Nonnus]

Hoje de manhã encontrava-se assim:



Carregou durante 5h11m a uma média de 5,5kW num total de 28.4 medido pelo EVSE do Apr e o medidor que tenho no quadro mediu 28kW.

pemifer nós os dois já discutimos esse assunto dos cuidados a ter com a bateria várias vezes. Alguns desses cuidados provavelmente fazem muito sentido nos primeiros carros, mk1. Como já mostrei, o meu carro começou a ficar baralhado quando eu comecei a fazer carregamentos a 80%.

Cada caso é um caso, o meu carro faz 200km por dia e a prova disso é que nem dois anos tem e já conta com 83000km, quando fizer dois anos vai ter 90000km. Se ele apresentar algum desgaste não será por maus tratos da bateria, mas porque faz muitos ciclos de carga/descarga.

Quantos carros conheces a fazer 90000km em dois anos? É casos desses é que tenho de usar para comparação, e não casos de carros que fazem 20 ou 30km por dia, porque o uso (nº de ciclos) não é o mesmo. É a mesma coisa que comparar dois ICE´s um que faça 20km por dia e outro que faça 200km por dia, qual é que se vai degradar mais depressa?

Isto para dizer o quê? Que se o meu carro já apresentar uma degradação de 10% não será normal devido ao uso intensivo que tem?

Eu não estou preocupado com a degradação apresentada pelo Leafspy, até porque como já referi o carro continua a fazer 200/210km por carga, estes teste surgem mais como uma partilha de informação entre nós. Não há muita informação acerca dos Leaf de 30 e do comportamento da bateria. Ainda existe menos informação acerca de carros que tenham um uso intensivo como o meu. Existem muitos carros a fazer muitos km por dia, como táxis, mas normalmente ninguém partilha os dados.

[migle]

Como alguem mais sábio e mais experiente do que eu escreveu.
Ponto 8: "Nunca faças testes de tomada. Se tens LeafSpy tens toda a info que irias recolher nesse teste"

Não, a informação não é a mesma. Pode até ser melhor, dependendo do ponto de vista, mas a mesma não é.
Temos de fazer a distinção entre valores crus ou cozinhados. Valores que vêm de uma medição de um sensor, com o erro que isso acarreta, e valores que são resultado de um algoritmo, com outro tipo de erro.

O valor de energia remanescente do LS é forçosamente um valor cozinhado. Desde logo, há um problema de definição. A energia que se pode obter pela descarga é uma espécie de GoM. Nós sabemos a carga que podemos tirar da bateria, a energia que vai render depende das condições de descarga.
Depois, a energia que requer carregar a bateria também não é a mesma que se obtém na descarga (mesmo depois de descontado o consumo do OBC), e o Leaf funde os dois num valor de energia remanescente.

Claramente, esse valor de energia é um resultado do possível filtro de Kalman que o LBC utiliza, calculando simultaneamente SoC e SoH, utilizando uma medição de energia para obter precisão e uma medição da tensão para evitar a deriva.

Por um lado, os valores do LS são potencialmente até melhores do que os que obtemos num teste de tomada, porque não resultam de uma medição isolada, e são certamente contas muito mais sofisticadas do que quaisquer contas que possamos fazer numa folha de Excel.

Por outro lado, os valores que medimos, ainda que sujeitos a uma bela dose de erro, são o ground truth. Não são inventados, cozinhados, etc.

Portanto, cada um terá as suas preferências, mas a informação não é a mesma.

[pemifer]

Carga inicial: 0,3 kWh
Carga final: 24,9 kWh
O que dá, segundo o Leaf Spy, um carregamento de 24,6 kWh (o que corresponde a 87% e 88% do que foi lido nos contadores externos).
Se considerarem que é impossível haver perdas de 12% ou 13% no carregamento (por acaso num dos meus testes tive 11% de perdas) então o valor do Leaf Spy tem erro.
Para mim serviu como um excelente teste prático à qualidade de informação do Leaf Spy e o LS passou com distinção!
Obrigado Nonnus pela partilha de informação!

[mjr]

Neste documento podem ver que a eficiência do carregador do Leaf é acima dos 90% quando a potência de carga é superior a 4kW:

https://avt.inl.gov/sites/default/files ... 15Leaf.pdf

Já coloquei várias vezes esta informação, não vale a pena continuar a estimar estes dados. Isto é medido com instrumentos calibrados por laboratórios de metrologia por isso o erro de medição é muito baixo.

Se o sensor de corrente do Leaf tiver um erro sistemático de -3%, por exemplo, ele vai SEMPRE subestimar a capacidade em 3%. Por outro lado também irá indicar um consumo 3% abaixo do real.

Assumindo o menor valor de energia medido pelos dois contadores do Nonnus, dá uma capacidade útil carregada de 28kW.h x 90% = 25.2kW.h Ora isto dá então 25.2/28 = 90% de SOH real.

Para ter a certeza, só tendo feito uma medida com o mesmo medidor de energia quando o carro era novo. Isto eliminaria o erro dos medidores pois seria uma medição relativa.

[frankesousa]

Neste documento podem ver que a eficiência do carregador do Leaf é acima dos 90% quando a potência de carga é superior a 4kW:
https://avt.inl.gov/sites/default/files ... 15Leaf.pdf

Só uma duvida.
Devemos utilizar estes testes feitos em ambiente um pouco diferente do nosso? Isto parece ser testado com 120V e 208V e 60Hz. Nos usamos 220-250V e 50Hz.
Não sei se esta diferença pode ser ignorada.
Claro que a conclusão final de que o carregador é mais eficiente a potências mais altas é valida, mas os valores de eficiência podem não ser bem iguais.

[mjr]

Relativamente à frequência é irrelevante. Só para as antigas televisões de raios catódicos e outros equipamentos onde havia a sincronização com a frequência da rede é que a frequência era importante.

Já para a tensão, o mais provável é que com tensões mais elevadas a eficiência seja ainda superior. Isto porque o trabalho de passar uma tensão inferior para a tensão da bateria (tipicamente acima de 360V DC) é menor quando mais próximas forem as tensões. Isso pode ser claramente visto nos gráficos onde para a mesma potência a tensão de 208V AC é mais eficiente que os 110VAC.

Ou seja, os 90% de eficiência considerados são conservadores. Mas por (muito) pouco.

[Nonnus]

Para registo, a tensão na minha casa a partir das 00H00 são 250V, nunca vi menos de 235V durante o dia. Recentemente até comentei com o Apr este facto da tensão na minha casa estar sempre perto dos 250V.

[frankesousa]

Para registo, a tensão na minha casa a partir das 00H00 são 250V, nunca vi menos de 235V durante o dia. Recentemente até comentei com o Apr este facto da tensão na minha casa estar sempre perto dos 250V.

Lá por casa é mais ou menos nesses valores também: (electrões vitaminados )