Bateria do i-MiEV

[mjr]

Um artigo interessante sobre a bateria do i-MiEV:

http://www.greencarcongress.com/2008/05 ... y-pac.html

Coisas interessantes que retive:

- O pack é capaz de fornecer a potência máxima até 20% de SOC. Daí até 0% de SOC a potência vai sendo progressivamente limitada. Isto confirma o já indicado pelo Malm de que a tartaruga no i-MiEV dá para fazer muitos km. A bateria do LEAF é capaz de ir até aos 3% de SOC a fornecer a potência máxima do motor. Por isso a tartaruga do LEAF dá para fazer 1 ou 2 km apenas.

- Os testes de ciclo de vida da bateria feitos pela Mitsubishi indicam que ao fim de 1000 ciclos a bateria retém 83% da capacidade inicial. Atenção que são ciclos seguidos, pelo que o fator tempo praticamente não entra na equação. As baterias perdem capacidade pelos ciclos e pelo tempo.

- Há mais degradação com cargas lentas do que com cargas rápidas. Suponho que seja porque é gasto muito mais tempo a realizar os testes de carga lenta, e então a degradação pelo tempo entra em ação. Mais uma vez se confirma que as cargas rápidas não provocam qualquer degradação adicional à bateria.

[Malm]

Obrigado pela informação mjr. Por acaso já tinha tido acesso ao artigo e quanto ao primeiro aspeto que refere, não tinha noção sequer do que se tratava nem conhecia os dados do Leaf pelo que lá se ficou a entender melhor a longevidade distinta das tartarugas.
Quanto ao segundo aspeto, quando li fiquei desiludido, porque isso equivale a dizer que ao fim de um ano, já se foram 10% caso se façam 333 ciclos por ano (nada de extraordinário). Depois no segundo ano mais 5% e no terceiro mais 2,5% e ao fim de 1000 ciclos e três anos lá se foram 83%.
Em 15 meses deverei ter feito 250 ciclos, mas alguns de amplitude pequena. Ou seja, é realista esperar uma perda atual entre 5 e 10% (apertando um bocadito entre 7 e 9%).
Para terem feito 1000 ciclos de carregamento lento, estiveram cerca de um ano a carregar e a descarregar (penso eu). No carregamento rápido, bastavam cinquenta dias. Resta saber se os dez meses parado correspondem a mais um por cento de perda, ou a mais e os carregamentos rápidos sempre contribuem, um pouco que seja, para diminuir a autonomia.

[jfreire]

Estamos a falar de ciclos completos, certo? Ou seja, de 0% a 100%. Acho que ninguém faz isso, e um carregamento normal não pode ser considerado um ciclo completo.

Eu normalmente faço ciclos de 50% (muitas vezes menos que isso), por isso estou à espera de atingir os "1000 ciclos" passado 4 anos.

[Malm]

Desconfio que pelo menos nos carregamentos rápidos, não foram dos 0 aos 100%.

[mjr]

São ciclos de 100%. Teoricamente 10 ciclos de 10% equivalem a 1 ciclo de 100%. Na realidade devem equivaler a meio ciclo de 100% ou menos, pois as baterias preferem ciclos pequenos devido a várias questões mecânicas e químicas.

No caso do IMiev 1 ciclo devem ser cerca 18kWh consumidos da rede, pelo se tiverem uma ideia do consumo anual podem estimar o número de ciclos a 100% equivalentes.

[mjr]

Desde Junho de 2011 que o iMiEV passou a utilizar uma bateria nova com células de Lítio Titanato da Toshiba, com características de durabilidade e capacidade de potência (carga e descarga) muito superiores à química anterior:

http://www.toshiba.com/ind/data/tag_fil ... e_5383.pdf

http://www.autoobserver.com/2011/06/mit ... -miev.html

Aparentemente eles inicialmente decidiram manter as duas químicas, por isso não sei se será possível saber antes de adquirir um carro se a bateria é de Lítio Titanato. Uma maneira muito fácil de testar será o tempo de carga, pois com 50kW Chademo uma bateria de Lítio Titanato carrega de 0% a 80% em menos de 20 minutos, enquanto a química anterior demora pelo menos 30 minutos. Também o modo tartaruga deve ser como no LEAF e só aparecer quando a bateria está praticamente descarregada, no caso da nova química.

[vidigueira]

Segundo o que percebi nestas contas, podemos concluir o seguinte:
Como cada carga completa permite fazer de 130 a 150 Kms (dependendo do tipo de condução), será seguro dizer que após 1000 ciclos, já fizemos entre 130.000 kms e 150.000 kms? com ainda cerca de 83 % de capacidade de retenção de energia? Isto claro, sem entrar com a variável tempo, já que, segundo sei, é um factor de peso para a perda de autonomia das baterias.

[mjr]

Penso que 130 a 150 km de média para uma carga completa será um bocado exagerado. Talvez 110-120km em média. Isto daria 110 a 120 mil km para 1000 ciclos completos equivalentes.

No entanto ciclos parciais degradam menos a bateria, pelo que talvez só aos 150 a 160 mil km será atingida a degradação equivalente a 1000 ciclos.

É preciso não esquecer que além das perdas por carga/descarga também há as perdas de calendário. Uma bateria sem ser usada também se degrada. A única coisa que em todas as condições faz diminuir a velocidade de degradação é a temperatura (baixa).