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https://www.uve.pt/page/concurso-hubs-mobie-2020/

Tinham oportunidade de cobrir o interior de país, mas foram para os locais do costume

Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Bragança?
Porque é que Loulé, que tem mais de 50% dos postos do Algarve, precisa de mais postos ? Eu não os vejo apinhados!

Era preciso que as pessoas que decidem estas coisas andassem de VE no dia a dia. Claro que isto é positivo mas, mais uma vez, fica um bocadinho longe daquilo que seria ideal. Aliás, desde o primeiro concurso onde se concentraram a maioria dos postos em Lisboa e Porto, que a distribuição dos recursos total ou parcialmente pagos pelo contribuinte tem sido muito errada. Subsidia-se a instalação onde já se sabe que será rentável, depois claro que ninguém vai instalar nas localizações menos interessantes

Seja como for, é muito positivo que finalmente apareçam hubs em vez de postos isolados. 3 num pequeno raio à volta de Lisboa, onde já existe a larga maioria dos postos rápidos do país (e mais não sei quantos que vão para Oeiras), parece-me desajustado.

Hoje quando a minha mulher me mostrou essa noticia tive a mesma reação que tu. Continuo sem perceber como podemos estar a por tantos carregadores num só local (litoral centro-norte, exceto Loulé) e o interior continua na mesma. Até na mobilidade elétrica o interior é esquecido. Quando se fala que o interior não pode ser esquecido, que se tem que se criar condições para as pessoas irem para o interior, vê-se aberrações destas.

Para aqueles que vão dizer que: "primeiro queixavam-se que não tinham carregadores, agora queixam-se porque tem hubs, só sabem dizer mal". Eu não sou contra a hubs, sou contra é se estar a investir apenas nos mesmo sítios. Eu quero viajar por todo o Portugal, e não andar apenas em AE, ou pelos grandes centros urbanos.

A capilaridade da rede e a sua cobertura geral por todo o território é uma das responsabilidades e competências da Mobi.E. Servisse ela pelo menos para isso, mas infelizmente continuamos a assistir a uma gritante incompetência, também neste tema, por parte desta entidade
Se a Mobi.E não serve mesmo para mais nada senão estorvar, então estou como diz o Bruno Alves... Acabem com ela pf

Como é possível uma entidade pública, continuar a esbanjar dinheiro público, em locais onde é menos necessário esse investimento.

E os nossos políticos que tanto gostam de comissões ao Novo Banco (e bem), que tal uma investigação aos gastos da mobi-e? estará tudo bem por lá? Quem foram os grandes beneficiários de 10 anos de deste "deitar dinheiro para a rua"? Provavelmente obteríamos algumas respostas "interessantes".

E as nossas queridas associações? Continuam felizes da vida a publicitar isto com a maior das naturalidades, mesmo que estejam a contribuir para um país a duas velocidades na mobilidade elétrica.

Simplesmente inconcebível.

Depende do critério usado.

Se o critério for garantir a maior capilaridade geográfica da rede então falhou redondamente, de facto o interior está praticamente despido.

Se for para servir a maior população possível nos trajetos mais habituais então os locais terão sido bem escolhidos.

Eu teria tentado uma abordagem híbrida, sacrificando uns dois hubs no litoral e criando 4 ou 5 hubs mais modestos no interior.

BTW, se não fosse a UVE provavelmente nem estaríamos a discutir isto aqui agora. A minha posição na associação cria naturalmente parcialidade, mas o trabalho de divulgação bem informada que a UVE faz é muito importante.

A localização dos hubs está indexada à densidade de população e procura de locais de carregamento.
Estas só se souberam porque a UVE achou por bem divulgar ao contrário de todos os outros que só fizeram copy&paste de um comunicado.

Mas inconcebível mesmo é quem não quer ver onde existe necessidade de carregamento eminente, e onde a taxa de utilizadores de veículos elétricos cresce de forma exponencial todos os meses.
Não será com PCN's que se vai colmatar a falta de postos, principalmente em ambiente urbano onde muitos utilizadores não têm como carregar em casa.
Falar de barriga cheia com carregamento em casa é fácil, mas coloquem-se no papel de todos aqueles concentrados em cidades que não pensam sequer em optar por mobilidade elétrica pois não vêm ainda forma equivalente de 'abastecer' o seu veículo sem andar todos os dias com o coração nas mãos para ver se o conseguem fazer ou não. A massificação tem destas coisas, e ou é acessível ou ninguém sai do conforto diário do combustível fóssil.

São é poucos os hubs ou mais incitativas destas, mas todos os postos serão necessários e muito bem-vindos.
Vejam como estão distribuídas a areas de serviço em mais de 100 anos de história destas.

Os postos entre distritos estão também previstos em concursos municipais e alguns serão anunciados em breve (principalmente Bragança).

Faz-me lembrar esta fábula popular aplicada aos tempos modernos...

t3lmo Escreveu: ↑

11 out 2020, 15:10

Falar de barriga cheia com carregamento em casa é fácil, mas coloquem-se no papel de todos aqueles concentrados em cidades que não pensam sequer em optar por mobilidade elétrica pois não vêm ainda forma equivalente de 'abastecer' o seu veículo sem andar todos os dias com o coração nas mãos para ver se o conseguem fazer ou não. A massificação tem destas coisas, e ou é acessível ou ninguém sai do conforto diário do combustível fóssil.

Não querendo estar aqui a discutir o sexo dos anjos, mas...

Já te colocaste na pele daqueles que vivem no interior? É que o que tu acabaste de escrever serve para os dois lados. Podias escrever o mesmo e estares a defender aqueles que vivem no interior. Ou eu, e todos que neste momento defendem uma melhor distribuição dos recursos estamos a ver mal as coisas?

Até a bem pouco tempo o que se dizia era: "se tem onde carregar em casa o VE é o ideal para si", agora pelos visto passará a ser: se vive no interior esqueça ter um VE.

t3lmo Escreveu: ↑

11 out 2020, 15:10

A localização dos hubs está indexada à densidade de população e procura de locais de carregamento.

Isto leva-nos a uma discussão muito mais complexa! Isto é uma bola de neve. Se não crias condições nos locais com menos densidade, nunca vais conseguir aumentar a densidade.

Nonnus Escreveu: ↑

11 out 2020, 15:53

Já te colocaste na pele daqueles que vivem no interior? É que o que tu acabaste de escrever serve para os dois lados

Ou até, já pensaste em ir ao interior? De BEV?

Achar que é com hubs que se resolvem os problemas de quem não tem como carregar em casa é utópico. Porque então vamos dar a essas pessoas muitos postos públicos, mas que os paguem aos preços que conhecemos. Logo, segregando-os de quem pode carregar em casa a 11cts/kWh. E é só eternizar o modelo das bombas de combustível.

Edit: e eu não tenho dúvidas que os postos sejam precisos nesses locais. Mas aí são RENTÁVEIS sempre. Na minha (aparentemente não só minha) opinião, o estado devia (como já devia ter feito no concurso dos PCR original) subsidiar a instalação de postos onde não são rentáveis de caras, onde os operadores privados dificilmente terão interesse em instalar.

t3lmo Escreveu: ↑

11 out 2020, 15:10

Faz-me lembrar esta fábula popular aplicada aos tempos modernos...

É a tua abordagem normal à crítica, mesmo que sustentada e construtiva.

t3lmo Escreveu: ↑

11 out 2020, 15:10

A localização dos hubs está indexada à densidade de população e procura de locais de carregamento.
Estas só se souberam porque a UVE achou por bem divulgar ao contrário de todos os outros que só fizeram copy&paste de um comunicado.

Mas inconcebível mesmo é quem não quer ver onde existe necessidade de carregamento eminente, e onde a taxa de utilizadores de veículos elétricos cresce de forma exponencial todos os meses.

Isso tudo estaria certo se fosse um investimento privado.
Se existe necessidade de carregamento eminente nessas zonas então existe potencialidade para o negócio do carregamento ser rentável.
Deixem o mercado funcionar pois nessas zonas existem condições para tal.

Já nas zonas do interior não existe possibilidade de um hub de carregamento ser um negócio rentável. É aí que deve entrar o dinheiro público.

Eu pago impostos e gostaria de os ver realmente aplicados na diminuição das assimetrias regionais.