Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

[BrunoAlves]

Um exemplo factual de como em 2014 as coisas não eram como são agora é a questão da produção de energia local e a instalação de baterias. Mostra que nosso modelo não foi pensado no futuro, ou não foram tidas em consideração muitas coisas actuais.

Como já foi dito. Não temos uma única estação de carregamento publica que faça uso de produção de energia local com armazenamento em baterias.

Carregadores off-grid é uma coisa muito muito especial. Mas o autoconsumo é gritante. Não é possível, sem aumentar brutalmente a complexidade já de si absurda do modelo atual. São propostas supostas soluções como o OPC instalar autoconsumo e depois a energia que vem daí é devolvida ao OPC pelo CEME, e não paga TAR e etcetcetc.
Mas como é que se operacionaliza isto? Mais contadores? Mais fluxos sobre a quantidade absurda que já ocorre atualmente e que tem falhas e acertos tardios (às vezes de meses)?

O continente (e todo o mundo fora de Portugal, claro) faz o que faz sentido: tem uma ligação à rede e autoconsumo. Fornece um serviço de carregamento que consome eletricidade. A que vem da rede paga à rede, a que vem do autoconsumo não paga à rede.
Isto sim é simplificar!

[frankesousa]

Isso já existe a nível europeu e sem ser precisa nenhuma mobi-e nem CEMEs.

Chama-se eMSP, operadores virtuais de rede que através de acordos de roaming proporcionam um cartão único europeu, em vez de um cartão único nacional para usar apenas na paróquia.

É só ver a cobertura da Eletroverse, e muitos mais virão a seguir. Assim os deixem trabalhar neste recanto da europa.

Estás enganado. Parece mas não é bem igual (na minha ótica claro)

Esse serviço que falas nada tem a ver com a MobiE com TODOS os carregadores e estado dos mesmos. Esses eMSP dependem de acordos diversos com múltiplas entidades o que deixa de fora todas as redes "sem acordo", não é a mesma coisa.

Tenho alguma experiencia em andar pela Noruega de VE, paraíso da ME, e sinto uma tremenda dificuldade em programar onde carregar sem uma base de dados única com locais, tipos e estados de TODOS os carregadores existentes.
Claro que esse problema é mitigado em larga escala pela quantidade de carregadores e HUBs de dezenas de PCR por todos o lado, mas o problema existe e vai ter de ser solucionado ao que parece pela "regras" europeias.

[BrunoAlves]

Esse serviço que falas nada tem a ver com a MobiE com TODOS os carregadores e estado dos mesmos. Esses eMSP dependem de acordos diversos com múltiplas entidades o que deixa de fora todas as redes "sem acordo", não é a mesma coisa.

Tenho alguma experiencia em andar pela Noruega de VE, paraíso da ME, e sinto uma tremenda dificuldade em programar onde carregar sem uma base de dados única com locais, tipos e estados de TODOS os carregadores existentes.

Na Noruega nunca estive, mas nestes 3 países onde estive recentemente (França, Itália e agora Alemanha) qualquer eMSP tem uma quantidade brutal de carregadores. Em França e na Alemanha a cobertura está na casa dos 90%. Itália não sei, mas não tive qualquer dificuldade em encontrar carregadores consultando 2 eMSP (e quase sempre tinham os mesmos postos).
Sim, não são TODOS os postos, mas com a quantidade absurda de carregadores que têm acho que quem perde são os CPO que não estão em redes de roaming.
Mesmo em Espanha, depois de conheceres a Electromaps passas a ter um mapa virtualmente total do país, incluindo carregadores que não estão ligados (e Portugal também já viveu das contribuições da comunidade).
Os eMSP não têm acordos com todos os CPO. Usam plataformas de roaming que operam nestes países todos e com isso chegam a qualquer dos postos dos CPO que também estão nessas plataformas. Depois têm a liberdade que não há em Portugal de ir diretamente aos CPO e fazerem acordos e integrações diretas (que pasme, são mais fáceis do que integrar na Mobie) com acordos bilaterais, compras de volume, etc.
E com isso tens Electroverse com zero sobrecusto em relação a muitos CPO, tens a e-flux com um custo por sessão de 32cts e zero sobrecusto em relação ao CPO, etc.

Nem de propósito, vim agora à boleia com um colega de outro país que alugou um carro, calhou-lhe um Polestar (off-topic diz que é o carro mais barato de alugar, mais barato que um compacto manual a gasolina ).
Pergunto eu (sem ele saber nada sobre o que sei ou não sobre VEs): então e carregar, tens alguma experiência, safas-te bem?
Resposta: primeiro elétrico que conduzi (o tipo é americano e tem uma 4x4 daquelas mesmo típicas), mas não tive qualquer problema. O carro mostra-me os postos, quando precisei parei na AE e carreguei com uma app que instalei, adicionei CC e foi só andar. No fim de semana fui ali e acolá (ele disse o nome das cidades mas claro que não faço ideia e já tive de carregar novamente, sem problema.

Se chegasse a Portugal, carregava com as orelhas

[cfvp]

Eu sei que é difícil de acreditar pois nem todos o fazem, mas as contas da UVE são públicas.
Se tem alguma dúvida, fale com a associação, certamente lhe explicarão o porquê da posição que têm.

Modelo A ou modelo B, sinceramente, enquanto utilizador não é o que mais me preocupa.
Nada me faz acreditar que alterando do modelo da mobilidade elétrica em Portugal os reais problemas da ME fiquem resolvidos.

Para mim os problemas são:
Dificuldades nos licenciamentos (responsabilidade das Câmaras e E-redes)
Politica Comercial do players (responsabilidade dos CEME, OPC que serão os mesmos mesmo que o modelo mude, sob outra sigla qualquer)
Concessões nas AE

Diz-me qual deste é que fica resolvido com outro modelo?

Como é que me vão convencer que um modelo que impede que a Tesla e outros operadores operem em Portugal, como fazem no resto do mundo, é um bom modelo?

Aqui já se viu que ninguém está contra a Mobi.e ou uma rede pública como a que temos hoje. O que estamos contra é a obrigatoriedade de todos os operadores terem que se ligar à rede pública.

[LFN]

E enquanto esperamos que o modelo seja alterado, vemos os nossos impostos a serem usados pela UE para subsidiar redes europeias, como a da Tesla (que levou "só" 150 M€), abertas a todas as marcas, e que funcionam em todos os países europeus exceto Portugal. É giro pagarmos para os outros usaram.

[Nonnus]

Um resumo do que temos falado nos últimos dias.

https://youtu.be/cLjjjdAr_rE?si=0Cr_NaAVYvixjutt

[pbaptista]

quando precisei parei na AE e carreguei com uma app que instalei, adicionei CC e foi só andar. No fim de semana fui ali e acolá (ele disse o nome das cidades mas claro que não faço ideia e já tive de carregar novamente, sem problema.

Se chegasse a Portugal, carregava com as orelhas

Humm... em Portugal é igual, instalar uma app, (miio, via verde, acp, etc...é só escolher...), adicionar o CC e é só carregar, onde está a diferença?

[BrunoAlves]

És estrangeiro, de outro continente, nunca conduziste um elétrico, conheces essas apps de onde exatamente?

[civic]

És estrangeiro, de outro continente, nunca conduziste um elétrico, conheces essas apps de onde exatamente?

Isso não é igual para outro pais? Qual a diferença para Espanha, por exemplo? Não terás as mesmas dificuldades?

[BrunoAlves]

Não. Como os postos são operados verticalmente, em todos existem indicações de como os usar. Um link, normalmente um código QR.
Aqui tens meia dúzia de postos com QR para a Miio, a vasta maioria tem zero indicações sobre como usar o posto.

São extremamente frequentes casos de estrangeiros que chegam a um posto e ficam a olhar para ele.
Faz o teste, mete-te na autoestrada, esquece que tens apps e cartões nacionais, e tenta carregar como se fosses um americano que conduziu um elétrico pela primeira vez.