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Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 14:54
por mjr
Tive que apagar a última mensagem que continha inaceitáveis insultos, que não posso tolerar.

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 15:05
por mjr
RS232CSerialUser Escreveu:
31 dez 2021, 06:10
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 01:38
Não é possível reverter a decisão da ERSE, que é supostamente independente.
Parece haver dúvida. Qual é a dúvida?
Mas a solução não é uma reversão, ainda que com prazo?
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 01:38
Alguém sabe de quanto dinheiro estamos a falar, sequer? Uma dica, fica bem abaixo de 1M€.
É o montante que conta? Ou o método?
É por ser menos ou pouco que o método está mais correcto?
A solução não é reversão, é um subsidio. A EGME continua a receber dos CEMEs/OPCs o valor publicado pela ERSE, isso não é reversível. Para o UVE, em princípio, será transparente.

Obviamente será a prazo, até porque como acho que já disse antes, o valor é assim elevado devido ao ainda reduzido número de sessões de carregamento. Com o crescimento da rede e dos UVEs, o custo com a EGME será muito mais diluído e por isso a tendência a médio prazo será baixar para valores muito inferiores aos atuais. Isto, claro, se a EGME não descambar nos seus custos... algo que devemos estar atentos.

Sobre o valor, claro que é importante. É um pequeno investimento do FA que tem como fim aumentar a confiança na utilização dos VE, contribuindo para que mais pessoas escolham a ME. Se fosse um valor elevado a análise custo/benefício seria diferente. Qual é mesmo o problema do método?

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 15:15
por mjr
BrunoAlves Escreveu:
31 dez 2021, 02:54
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 01:38
visão de que o dinheiro do FA é esbanjado neste subsídio parte do princípio de que todo e qualquer dinheiro despejado na EGME é mal empregue
E não é? :mrgreen:

Fora de brincadeiras, é trocar uma taxa por um imposto. Não é sustentável no médio prazo (nem no curto).
Isto é como a TAR subsidiada, estamos a trabalhar à cabeça com algo que já é caro e só vai ser mais caro ainda!
É uma solução à político sem dúvida: temos um problema atira-se para lá dinheiro. Resolver o problema estruturalmente não, joga-se para lá dinheiro e quem vier a seguir que feche a porta...
(nota, não estou a falar de nenhum político ou partido em particular)
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 01:38
Alguém sabe de quanto dinheiro estamos a falar, sequer?
O ministro parece não saber também, afinal a imprensa diz que não o divulga.
E mais 1M€ (para menos ou lá quanto é) parece-te pouco? É que a dotação do FA já era 1,5M€ ou lá perto... É tudo relativo.
Olha, 2,5M€ era tanto posto... :roll:

Edit: o que conta aqui é que eu vou começar a fazer concorrência à Maya, aí é que elas batem :mrgreen:
Ainda a procissão ia no adro já eu tinha dito que o aumento ia cair (confesso que não pensava que fosse assim, mas...) e que esta situação só ia acabar por favorecer o modelo e os defensores do modelo. Está aí, venham de lá essas mãos para eu ler para 2022!
Bom ano ;)
Só para que fique registado o valor, basta ler o parecer do Conselho Tarifário da ERSE, está lá tudo. A ERSE estima cerca de 3M de sessões em 2022 (que eu até considero muito otimista pois é mais que a a duplicação de 2021), ora 3M x 0,2614€ dá 784k€. O ministro e a imprensa não saberem... enfim.

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 15:47
por mjr

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 15:50
por cfvp
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 15:05
A solução não é reversão, é um subsidio. A EGME continua a receber dos CEMEs/OPCs o valor publicado pela ERSE, isso não é reversível. Para o UVE, em princípio, será transparente.

Obviamente será a prazo, até porque como acho que já disse antes, o valor é assim elevado devido ao ainda reduzido número de sessões de carregamento. Com o crescimento da rede e dos UVEs, o custo com a EGME será muito mais diluído e por isso a tendência a médio prazo será baixar para valores muito inferiores aos atuais. Isto, claro, se a EGME não descambar nos seus custos... algo que devemos estar atentos.

Sobre o valor, claro que é importante. É um pequeno investimento do FA que tem como fim aumentar a confiança na utilização dos VE, contribuindo para que mais pessoas escolham a ME. Se fosse um valor elevado a análise custo/benefício seria diferente. Qual é mesmo o problema do método?
Continuo sem entender o porquê do aumento e porque não é reversível. Alguém me consegue explicar?

Como é que isto vai aumentar a confiança na utilização de VE, sabendo que é mais um subsídio? Isto só dá argumentos a quem é anti-VE para convencer que andar de VE vai ser ainda mais caro porque os subsídios que existem agora vão acabar.

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 16:15
por VETL
cfvp Escreveu:
31 dez 2021, 15:50
Continuo sem entender o porquê do aumento e porque não é reversível. Alguém me consegue explicar?
O porquê do aumento não é entendível por ninguém. Ele vai contra a lógica e contra todos os pareceres.
Não é reversível, porque aqueles seres na ERSE são "intocáveis"...

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 16:37
por mjr
cfvp Escreveu:
31 dez 2021, 15:50
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 15:05
A solução não é reversão, é um subsidio. A EGME continua a receber dos CEMEs/OPCs o valor publicado pela ERSE, isso não é reversível. Para o UVE, em princípio, será transparente.

Obviamente será a prazo, até porque como acho que já disse antes, o valor é assim elevado devido ao ainda reduzido número de sessões de carregamento. Com o crescimento da rede e dos UVEs, o custo com a EGME será muito mais diluído e por isso a tendência a médio prazo será baixar para valores muito inferiores aos atuais. Isto, claro, se a EGME não descambar nos seus custos... algo que devemos estar atentos.

Sobre o valor, claro que é importante. É um pequeno investimento do FA que tem como fim aumentar a confiança na utilização dos VE, contribuindo para que mais pessoas escolham a ME. Se fosse um valor elevado a análise custo/benefício seria diferente. Qual é mesmo o problema do método?
Continuo sem entender o porquê do aumento e porque não é reversível. Alguém me consegue explicar?

Como é que isto vai aumentar a confiança na utilização de VE, sabendo que é mais um subsídio? Isto só dá argumentos a quem é anti-VE para convencer que andar de VE vai ser ainda mais caro porque os subsídios que existem agora vão acabar.
Vou tentar explicar.

A ERSE define anualmente as tarifas para uma série de coisas, uma delas é a tarifa EGME. O valor definido para a EGME tem em conta os custos com a atividade regulada (parte das instalações, equipamento, pessoal, etc, dedicada à gestão da rede da ME. Não se inclui, naturalmente o investimento em postos por exemplo).

Este ano a ERSE decidiu fazer repercutir nos utilizadores a totalidade dos custos previstos para a atividade regulada da EGME em 2022, mais umas centenas de milhares de Euros do ano passado que tinham ficado em défice tarifário. Como o número de sessões de carga é ainda relativamente baixo (3M previstas para 2022), a tarifa por sessão de carregamento ficou com um valor, a meu ver, elevado. Há muita discussão sobre se a ERSE devia ou não fazer repercutir a totalidade dos custos já ou se devia colocar uma parte em défice tarifário para ser abatida mais tarde quando houver 10x mais sessões de carregamento (afinal o parque de VE ainda está muito longe de sequer 10% do parque automóvel total em Portugal). Eu em geral sou contra défices tarifários, mas numa atividade que está a dar os primeiros passos e com um potencial de crescimento enorme, não me parece justo que os pioneiros arquem com este nível de custos quando daqui a poucos anos o valor a dividir por uma quantidade de sessões muito superior será muito inferior ao atual. Isto não tem nada a ver com o défice tarifário que aconteceu no setor elétrico, que teve, provavelmente, fins eleitorais. Neste caso era uma atividade madura onde os custos do sistema devem ser todos amortizados no ano em que acontecem.

Ora para contrabalançar isto, e porque não é possível alterar as tarifas propostas pela ERSE para 2022, o MA decidiu canalizar verba do fundo ambiental para subsidiar os CEMEs/OPCs no valor do aumento da tarifa EGME de modo que estes não cobrem aos UVE esse valor. Para a EGME os CEMEs/OPCs continuam a pagar a totalidade do valor proposto pela ERSE, como não podia deixar de ser, mas são compensados por uma parte igual ao aumento pelo fundo ambiental. O subsídio é no total de 0,26€ por sessão de carregamento.

O fundo ambiental é para este tipo de coisas que serve, podem ter a opinião que essa verba seria melhor aplicada noutra coisa (mais postos, por exemplo) mas apoiar os CEME/OPC (e por inerência os UVE) está com certeza na esfera daquilo em que pode ser aplicado o FA.

Saliento que as tarifas propostas pela ERSE são anuais, logo o não reversível aplica-se apenas e só a 2022. Para 2023 a ERSE irá definir nova tarifa e cá estaremos para a discutir.

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 31 dez 2021, 16:44
por cfvp
mjr Escreveu:
31 dez 2021, 16:37
Vou tentar explicar.

A ERSE define anualmente as tarifas para uma série de coisas, uma delas é a tarifa EGME. O valor definido para a EGME tem em conta os custos com a atividade regulada (parte das instalações, equipamento, pessoal, etc, dedicada à gestão da rede da ME. Não se inclui, naturalmente o investimento em postos por exemplo).

Este ano a ERSE decidiu fazer repercutir nos utilizadores a totalidade dos custos previstos para a atividade regulada da EGME em 2022, mais umas centenas de milhares de Euros do ano passado que tinham ficado em défice tarifário. Como o número de sessões de carga é ainda relativamente baixo (3M previstas para 2022), a tarifa por sessão de carregamento ficou com um valor, a meu ver, elevado. Há muita discussão sobre se a ERSE devia ou não fazer repercutir a totalidade dos custos já ou se devia colocar uma parte em défice tarifário para ser abatida mais tarde quando houver 10x mais sessões de carregamento (afinal o parque de VE ainda está muito longe de sequer 10% do parque automóvel total em Portugal). Eu em geral sou contra défices tarifários, mas numa atividade que está a dar os primeiros passos e com um potencial de crescimento enorme, não me parece justo que os pioneiros arquem com este nível de custos quando daqui a poucos anos o valor a dividir por uma quantidade de sessões muito superior será muito inferior ao atual. Isto não tem nada a ver com o défice tarifário que aconteceu no setor elétrico, que teve, provavelmente, fins eleitorais. Neste caso era uma atividade madura onde os custos do sistema devem ser todos amortizados no ano em que acontecem.

Ora para contrabalançar isto, e porque não é possível alterar as tarifas propostas pela ERSE para 2022, o MA decidiu canalizar verba do fundo ambiental para subsidiar os CEMEs/OPCs no valor do aumento da tarifa EGME de modo que estes não cobrem aos UVE esse valor. Para a EGME os CEMEs/OPCs continuam a pagar a totalidade do valor proposto pela ERSE, como não podia deixar de ser, mas são compensados por uma parte igual ao aumento pelo fundo ambiental. O subsídio é no total de 0,26€ por sessão de carregamento.

O fundo ambiental é para este tipo de coisas que serve, podem ter a opinião que essa verba seria melhor aplicada noutra coisa (mais postos, por exemplo) mas apoiar os CEME/OPC (e por inerência os UVE) está com certeza na esfera daquilo em que pode ser aplicado o FA.

Saliento que as tarifas propostas pela ERSE são anuais, logo o não reversível aplica-se apenas e só a 2022. Para 2023 a ERSE irá definir nova tarifa e cá estaremos para a discutir.
Obrigado pela explicação!

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 03 jan 2022, 10:06
por Nonnus
Antes demais bom ano a todos.
JLMF Escreveu:
17 dez 2021, 20:45
Eu fico admirado é com... a vossa admiração. Uma Entidade Gestora pública a gerir entidades privadas e remunerada pelos clientes destas?
Nem mais. Eu sou um gajo que até nem tem muito conhecimento acerca dos meandros deste rol de entidades, mas fico admirado como é existem pessoas com mais conhecimentos que eu podem achar este uso de dinheiros públicos normal. :shock:

Já é anormal ter uma entidade pública a gerir privados num modelo único no mundo onde em mais lado nenhum existe essa necessidade, já é anormal essa entidade absorver milhões de dinheiros públicos para fazer nem se sabe bem o quê. Será que vamos ter outra TAP?

Então cria-se um imposto para alimentar essa entidade, mas depois aparece alguém e diz, calma, vamos usar mais dinheiro público para fazer com que os UVE não paguem esse valor e, possámos continuar a injectar dinheiro nessa empresa. Onde é que isto é normal?

Pergunto a quem esta de acordo com estas medidas se este modelo de uma entidade pública a gerir privados for aplicado as outros modelos de negócio em Portugal também achavam correcto?

Uma empresa pública para geir hospitais privados, uma empresa pública para gerir escolas, colégios privados, uma empresa pública para gerir cadeias de supermercados. A certa altura alguém diz: - "temos de criar um imposto para alimentar estas empresas". Levantam-se as vozes e alguém diz: - "calma o estado vai financiar esse imposto com dinheiros públicos". Sou só eu que vejo que isto esta errado? Quem concorda com isto é porque já perdeu noção do que é normal e do que é completamento irreal. Só concordam com isto porque se trata de VE´s, ou estavam de acordo com os exemplos que eu dei?

Desculpem, mas isto faz me lembrar o fanatismo, que é um fã que perdeu completamente a noção da realidade e, tudo o que tenha a ver com o assunto do qual é fanático esta tudo bem. :think:

Estamos completamente a perder a noção do que é e como deve ser usado o dinheiro de todos nós.

Re: Tarifa EGME a pagar pelos OPC/CEME

Enviado: 03 jan 2022, 13:08
por mjr
Nesse aspeto estou completamente de acordo. Se numa fase inicial poderá ter feito sentido a EGME ser uma entidade pública, já deveria ter sido iniciado o processo para a sua privatização, seja por um concurso público ou arranjando um esquema em que os agentes de mercado teriam uma participação na EGME, algo semelhante à génese da SIBS.

Isso mesmo foi proposto pelo grupo de trabalho UVE/CEiiA ainda em 2020:

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