"O Mobi.E é projeto muito interessante e de grande repercuss

Aqui deve-se discutir todos os assuntos relacionados com o Sistema Integrado de Reabastecimento Eléctrico da Mobi-E
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ruimegas
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"O Mobi.E é projeto muito interessante e de grande repercuss

Mensagem por ruimegas » 17 jan 2012, 22:10

"O Mobi.E é projeto muito interessante e de grande repercussão mundial"

"A área das utilities e das smartgrids é um domínio de forte aposta para a Oracle que dedica uma área de negócio ao tema e tem lançado vários produtos adaptados às necessidades deste mercado.

A empresa está envolvida em vários projetos que fazem a transição de modelos tradicionais para redes inteligentes nos Estados Unidos - em piloto e já em fase comercial - mas também na Europa.

A vice-presidente da Oracle Utilities, Linda Jackman, passou por Lisboa para um encontro com clientes e parceiros do setor e falou com o TeK sobre a estratégia da empresa nesta área e os desafios que o setor enfrenta.

As energias renováveis trouxeram uma complexidade à rede elétrica que tem de ser "digerida" para se transformar em valor, para os operadores e para o cliente. Os smart meters (contadores inteligentes), por seu lado, trouxeram ao cliente a possibilidade de ter (mais) uma palavra a dizer no que se refere ao consumo energético, mas para que a tecnologia crie valor é essencial operar mudanças do lado do operador.

Linda Jackman falou ainda do Mobi.E, a rede nacional para o carregamento de carros elétricos. A empresa está envolvida na iniciativa fornecendo tecnologia, bases de dados e middleware e assegurando a área de relacionamento com o cliente, identificação e faturação.

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TeK: Na sua perspetiva quais são os grandes desafios que se colocam hoje às utilities, aos quais a tecnologia pode ajudar a dar resposta, tendo em conta a ascensão das energias renováveis, a escassez de recursos e o aumento da procura em quase todas as áreas?
Linda Jackman: Os grandes desafios que se colocam a estas empresas, historicamente, são dois e acredito que não mudaram muito. O que mudou foi a complexidade desses desafios. A primeira grande missão das utilites foi e continua a ser servir o cliente. A questão é que o cliente mudou e hoje tem expectativas diferentes daquelas que tinha há alguns anos atrás. Os telemóveis que usamos todos os dias são sem dúvida um dos grandes vetores dessa mudança, que nos tornou mais exigentes com os serviços que usamos.
As utilities tradicionalmente obedecem a uma lógica diferente e sempre comunicaram com os seus clientes de forma reativa. Nesta era das smart - e smart pode significar muita coisa - abriu-se um mundo novo de oportunidades que permite às empresas desta área mudarem a sua relação com o cliente e esta é sem dúvida uma mudança que o cliente também quer. Afinal já a fez em várias outras áreas.

TeK: O que querem os clientes?
Linda Jackman: Os clientes querem um maior controlo sobre a sua energia. Preocupam-se mais com temas como a eficiência do seu consumo energético, ainda que as utilities continuem a ser das empresas que gozam de maior credibilidade junto dos seus clientes, com excelentes níveis de confiança no que se refere à aceitação dos serviços que prestam.
O cliente quer destes provedores de serviços a mesma lógica multicanal que encontra em outros serviços. Já não fica satisfeito com as tradicionais cartas, que ainda concentram uma parte substancial da comunicação com o cliente. Os clientes procuram também aqui uma experiência à medida. A banca faz isso, vários outros setores já fazem e o desafio das utilities é começarem também a fazê-lo: segmentar clientes, conhecê-los e responder às suas necessidades. Por exemplo, uma pastelaria agradeceria certamente o facto de saber que se antecipasse a produção uma hora fugia das horas em que o consumo de eletricidade tem custos mais elevados e por isso poderia gastar menos. É esse tipo de informação e comunicação que as utilities têm de começar a fazer.

TeK: E o segundo grande desafio, qual é?
Linda Jackman: O segundo grande desafio que se coloca às utilities é a fiabilidade. Em última instância, a capacidade de desenvolvimento económico de um país depende da capacidade de fornecer e produzir energia elétrica de forma fiável. Aqui em Portugal têm muita sorte porque hoje a questão dos picos de consumo não se colocam. A energia produzida no país, também graças ao reforço da produção hidroelétrica, é suficiente para dar resposta a todas as necessidades, mas com o desenvolvimento económico lá chegará. Globalmente, a introdução das energias renováveis ajudou a tornar esta questão da fiabilidade ainda mais pertinente, ao introduzir um novo nível de complexidade na rede energética. Estes fatores colocaram as empresas deste setor a olhar para a tecnologia e a pensar como podem tirar partido dela para gerir os novos desafios, que passam por conseguir gerir uma rede que já não é operada e controlada apenas pelo prestador de serviço.
Aos canais tradicionais de produção de energia juntam-se novos, que têm de entrar na equação. Junta-se ainda o facto dos consumidores também poderem, eles próprios, ser produtores de energia. As utilities têm de saber gerir toda esta mudança e munir-se das ferramentas que permitem minimizar os impactos deste aumento de complexidade, introduzindo maior previsibilidade no negócio. Ainda encontramos ritmos muitos diferentes entre regiões do globo, mas há já movimentações muito fortes neste nos Estados Unidos, na India, na Alemanha.
Assim, diria que os fundamentos básicos das utilities continuam exatamente iguais: as empresas têm de fornecer energia - ou água potável, ou gás seguro - aos seus clientes e têm de fazê-lo de forma fiável. O que mudou foi a complexidade do negócio, que passou a ter de considerar um número maior e diferente de variáveis.

TeK: E onde estamos neste momento. Em que ponto dessa mudança está a Europa neste momento de crise económica?
Linda Jackman: A maior parte do investimento europeu nesta área hoje está a ser aplicado em smart meters. É um excelente arranque mas é também necessário um investimento significativo na área da rede e do lado do cliente, em comunicação. Penso que é essencialmente uma questão de desenvolvimento económico e de alternativas… uma Alemanha ou uma Bélgica vão fazer o quê quando deixarem o nuclear? Como vão garantir a tal fiabilidade e encontrar uma resposta adequada para as suas necessidades energéticas? As alternativas são viáveis? Mais uma vez, Portugal tem muita sorte nesta matéria e o seu elevado nível de produção hidroelétrica permite uma gestão tranquila das necessidades energéticas, mas não é fácil replicar essa realidade para o resto da Europa e hoje não é clara a existência de alternativas verdadeiramente viáveis ao nuclear. Isso tem condicionado alguns desenvolvimentos. O que fazer - como garantir uma transição sem sobressaltos - na área da geração é por isso um grande desafio, sobretudo numa ótica de curto e médio prazo.
No que se refere ao investimento que se tem vindo a realizar na área dos smart meters é preciso que as utilities o transformem em valor para o cliente, empenhando-se na questão da eficiência energética e dando ao cliente os meios para tirar partido do investimento realizado. Caso contrário será como investir em smartphones e usá-los apenas para fazer chamadas.
A segunda questão sobre esta matéria - e para a qual não tenho uma resposta - é esta: tendo em conta a crise económica, que não afeta apenas a Europa mas se manifesta em todo o mundo, podemos ambicionar cumprir uma agenda ecológica? Como fazê-lo? Como vamos equilibrar a necessidade de promover o crescimento económico com a necessidade de cumprir os objetivos definidos em planos ambiciosos quer na Europa (Smart 2020), quer nos Estados Unidos.
Como podemos estimular o crescimento económico e manter estes objetivos. Nas energias renováveis não há uma resposta única. Uma única fonte de energia não tem capacidade para fazer cumprir os objetivos de fiabilidade que o setor precisa, o que também ajuda a explicar as questões em torno do desinvestimento no nuclear. Por todos estes fatores acredito que os próximos quatro a cinco anos serão sem dúvida muito interessantes em termos de desenvolvimentos e estratégias das empresas do setor, do ponto de vista da geração.

TeK: Mas acha que vamos conseguir cumprir os objetivos da agenda europeia alinhados no Smart 2020?
Linda Jackman: Acredito que o objetivo dos 20%, no que se refere à produção de energias renováveis é perfeitamente atingível. Há vários países noutras regiões do globo que estão já hoje perto desse valor.
Já no que se refere ao objetivo de 20% para a eficiência energética acredito que só pode ser cumprido se o consumidor estiver melhor informado relativamente áquilo que pode fazer. Para que as pessoas decidam poupar têm de ter consciência de como podem fazê-lo, o que nos remete à questão inicial da comunicação, que os operadores deste mercado precisam de melhorar.
Os smart meters aqui darão uma ajuda preciosa, já que permitem obter a informação de base necessária a um comportamento mais responsável. Os dados são a chave de tudo. É preciso ter a informação certa para agir. Atingir um objetivo de redução do consumo de energia a este nível só com estas ferramentas.

TeK: Como está a Oracle a endereçar estas oportunidades? Há uma área de negócio dedicada às utlities, uma posição de referência em alguns domínios. Qual é a estratégia?
Linda Jackman: Estamos a fazer uma série de coisas. Como referi um dos pontos-chave na mudança que as utilities têm de fazer é ao nível dos dados, da recolha de dados e da comunicação com os clientes. Nós temos tecnologia para o fazer e estamos a trabalhar com alguns dos maiores players mundiais nesta área. Também oferecemos a tecnologia e as soluções que permitem entregar esses dados ao cliente da forma que a empresa entender e explorando uma lógica multicanal. Via web, através do email, das redes sociais… através de qualquer formato. Como gerir todo o buzz em torno dos smart meters, como gerir a minha reputação nas redes sociais, perceber o que influencia a perceção do cliente. Todas estas começam hoje a ser questões relevantes para as empresas que se estão a abrir a uma rede que substitui a tradicional relação bilateral com o cliente e onde nós temos investido.
Além das ofertas que vimos desenvolvendo para apoiar a recolha de dados e a comunicação com o cliente, temos vindo a trabalhar numa terceira área que será talvez mais importante: desenvolver tecnologia que permita endereçar a questão da Big Data. Ajudar as empresas a gerir os enormes volumes de dados que têm em mãos sem aumentar os custos em storage na mesma proporção dos dados e permitir que façam a gestão de um conjunto de micro comunidades que resultam da integração de mais fontes de geração de energia, produzidas por si e por terceiros.
Estamos a lançar um produto nesta área e a nossa aproximação, em termos do desenvolvimento de novas soluções para o mercado das utilities é toda neste sentido: ajudar as empresas do setor a incorporar uma mudança na sua forma de operar que é a maior da sua história.

TeK: Em Portugal a Oracle está envolvida no projeto Mobi.E. como vê essa participação?
Linda Jackman: É um projeto muito interessante e de grande repercussão em todo o mundo. Em qualquer área do globo quando se fala em projetos interessantes na área dos veículos elétricos surge o exemplo português. Nós apontamo-lo sempre. Portugal está de parabéns pela ambição e pela visão que teve nesta área. A eletrificação dos transportes é absolutamente crucial para o desenvolvimento económico e é sem dúvida mais uma área onde as utilities podem ter um papel central, especialmente na Europa onde as condições para operacionalizar projetos deste género são mais favoráveis que nos Estados Unidos. Só para ter uma ideia no Oracle Open World (o maior evento mundial da empresa) tivemos uma sessão dedicada ao Mobi.E que foi de longe a mais concorrida, no âmbito das apresentações realizadas para a área das utilities. Há um grande interesse no conceito."

Em: http://tek.sapo.pt/opiniao/o_mobi_e_e_p ... 5074.html#
NISSAN LEAF Branco c/Spoiler mk1 de 09JUN2011. 195.000 kms.
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Re: "O Mobi.E é projeto muito interessante e de grande reper

Mensagem por Filipe » 18 jan 2012, 02:09

Não sei quando foi que esta Senhora ( que está cheia de razão ) passou por Lisboa, mas parece-me que foi antes do fatal esmorecimento
atual ( diga-se, depois da última mudança de Desgoverno Eléctrico ). :?
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