BrunoFonseca Escreveu: ↑05 dez 2022, 21:33
LFN Escreveu: ↑05 dez 2022, 14:35
Não vejo o interesse por parte do OPC em cobrar por kWh, o negócio deles é tempo de ligação. Quem negoceia energia são os CEME. Podem fazer uns chanatos com base em valores médios, mais umas penalizações por tempo de ligação, no fim a confusão é diferente mas continua a ser confusa. Isto não tem solução com o modelo atual, que aliás é ilegal face às normas da UE.
É a sua opinião. Não concordo. Não há ilegalidades nenhumas aqui.
Os OPC são livres de cobrar em função do tempo ou em função da energia, apenas como unidade de medida. É uma opção meramente comercial, e se começarem a olhar para a experiência do utilizador, rapidamente mudam os tarifários.
Por forma a que os seus investimentos sejam acautelado é que a UVE propõe que a partir de x tempo de utilização do posto (e que varia de acordo com a potência deste) se cobre um fee em função do tempo.
Eu não disse que era ilegal. Disse que não bate certo com o modelo de negócio dos OPC. Eles têm postos, cada um tem 24h por dia para servir clientes, é lógico que cobrem por tempo. Se eu alugar um campo de ténis pago pelo tempo de aluguer, não pago pelo número de tacadas que conseguir dar enquanto lá estiver.
Vamos pegar no exemplo da UVE para um PCUR de 175 kW, com valor de 0,20 kWh nos primeiros 30 minutos. Este valor deverá ter a parte do CEME e a parte do OPC, certo? Vamos admitir que é metade/metade. Vejamos:
- Se estiver ligado um carro que suporte 30 kWh durante 30 minutos, mete 15 kWh e paga 3€. Se estiver ligado um carro que suporte 175 kW, nesses 30 minutos mete 87,5 kWh e paga 17,50€. No cenário 1 o OPC recebeu 1,5€, no cenário 2 o OPC recebeu 8,25€. Agora digam-me lá qual é o interesse do OPC neste sistema, e qual é o desincentivo para que os postos rápidos não sejam bloqueados por viaturas de carregamento lento.
- o exemplo anterior é uma simplificação porque os tarifários CEME são altamente diferenciados. Vamos admitir que o CEME A me cobra 0,05€/kWh e o CEME B me cobra 0,15€/kWh. Em primeiro lugar, se eu vou pagar um valor fixo e transparente, quem absorve as diferenças de tarifários CEME? É o OPC? No cenário A o OPC fica com 0,15€/kWh e no cenário B apenas com 0,05 kWh para manter o valor fixo? Como é que podemos ter valores fixos no posto com tarifários CEME variáveis sem ser à custa de risco para o OPC (mais uma vez)? Até eu passava a carregar sempre com o cartão Miio, que bem o merecem, se não tiver de pagar mais por isso, apesar de o custo ser o dobro.
Podem tentar mas isto não tem solução alguma com este modelo bicéfalo. A solução é mesmo simplificar o modelo e não os tarifários, com um modelo mais simples os tarifários serão naturalmente mais simples.
p.s. - se o valor do exemplo é apenas a parte OPC, então continuamos a ter de somar duas parcelas para chegar ao resultado final...